domingo, 8 de março de 2015

História do Chocolate

Em cada lugar que visito procuro por sabores da região, é impressionante como o chocolate atrai a todos em qualquer parte do mundo, cada cidade, cada país tem o seu sabor peculiar desta iguaria com suas marcado por suas tradições.
Um dia desses me perguntei: Como nasceu o chocolate?

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Se você ama chocolate e sempre achou que ele só podia ser mesmo divino, saiba que você não é o único. Em mais de dois mil anos de história, o chocolate foi por muito tempo considerado sagrado por sociedades pre-colombianas antigas do México e da América Central.

Ninguém sabe ao certo quem inventou o chocolate. No entanto, sabe-se que muito antes dos astecas, a civilização Maia do Período Clássico (250-900 d.C.) já o conhecia. O Império Maia ocupava o território onde atualmente encontra-se a Guatemala, parte leste do Honduras, Belize e sul do México. Era uma sociedade muito desenvolvida, que tinha como atividade econômica básica a agricultura e conhecia técnicas avançadas de irrigação.

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Os maias plantavam o cacau, colhiam, torravam as sementes e as transformavam em uma pasta, que depois era misturada à água, pimenta, cereais e outros ingredientes. O resultado era uma bebida fria e espumante, apreciada particularmente pela realeza, embora muitas pessoas também a consumissem, pelo menos de vez em quando.

Devido à importância social e religiosa do chocolate, as sementes de cacau eram consideradas muito valiosas, tanto que passaram a ser usadas como dinheiro. Um coelho, por exemplo, podia ser comprado por umas poucas sementinhas. Quando dominou boa parte da América Central, por volta de 1400, o Império Asteca frequentemente exigia que a população e povos dominados pagassem impostos em sementes de cacau.

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Foram povos primitivos dessa região que descobriram que as sementes de cacau poderiam ser amassadas e transformadas em uma bebida deliciosa, o chocolatl. Quer dizer, deliciosa para eles, porque os europeus quando chegaram à América, no final do século XV, não gostaram nem um pouco da bebida amarga, gordurosa e... picante! O chocolate daquele tempo era muito diferente do que conhecemos hoje: não levava açúcar e ainda era misturado à pimenta e outros temperos fortes.

Mas se os europeus, a princípio, não gostaram muito do tal chocolatl, para os astecas, civilização altamente organizada que habitava o México desde o século XIV, ele era um presente divino. Mais precisamente de Quetzalcoatl, deus da sabedoria e do conhecimento.

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Os astecas acreditavam que essa divindade havia trazido do céu as sementes de cacau e, por isso, festejavam as colheitas com rituais cruéis de sacrifícios humanos. Para completar a cena, que mais parece ter saído de um filme de horror, eles ainda ofereciam às vítimas taças de chocolate!

Muito tempo depois, já no século XVIII, o botânico sueco Carlos Lineu, inspirado por essas histórias e pelo sabor do chocolate, batizou a árvore do cacau de Theobroma cacao, que, em grego, quer dizer alimento divino. Mas as curiosidades sobre o chocolate não param por aí.

No ano de 1519, chegou à América um navegador espanhol chamado Hernán Cortez. Com a chegada dos europeus, os colonizadores começaram a apreciar a bebida dos nativos, mas adaptando-a aos seus gostos: adoçaram com cana-de-açúcar, canela e anis, tornando-a mais apetitosa. Para transportá-la aos seus países de origem, os estrangeiros usavam uma antiga técnica asteca: prensavam o pó em pequenos tabletes que eram depois diluídos em água na hora de tomar. E, para sua surpresa, o Imperador Montezuma dos astecas o recebeu cordialmente. É porque, segundo o calendário asteca, aquele era justamente o ano em o deus Quetzacoatl tinha prometido voltar. Você já deve ter imaginado a confusão: Montezuma pensou que Cortez fosse a reencarnação de Quetzacoatl. Entretanto, até então, o mesmo consistia em uma bebida amarga e fria, preparada a partir da fruta do cacaueiro, árvore nativa das regiões tropicais da América. O chocolate asteca chamava-se xocolatl ou chocoatl (água amarga), e levava até pimenta. Os maias a temperavam com baunilha Afinal, o imperador era fã do chocoatl – dizem que chegava a beber até 50 garrafas da bebida por dia!

Montezuma rapidamente presenteou Cortez com taças de chocoatl e uma plantação de cacau. E o explorador espanhol, apesar de não ter gostado muito da bebida, logo percebeu que as sementes de cacau valiam ouro. Enquanto os grãos de cacau eram uma espécie de moeda local, o ouro não era um metal valorizado pelos astecas.

Mas Cortez não ficou satisfeito apenas com as lucrativas trocas comerciais e, um ano depois, respondeu com traição à forma simpática com que o povo asteca o acolhera. Ajudado por uma epidemia de varíola, doença que trouxera para as Américas junto com suas tropas, derrotou os exércitos astecas, matando o imperador Montezuma e seu sucessor.

Ao voltar para a Europa, em 1528, Cortez levou consigo sementes de cacau e apresentou o chocolate ao rei Carlos V, da Espanha. Pensando nas vantagens comerciais que aquela bebida exótica poderia trazer, eles estabeleceram plantações em ilhas tropicais conquistadas pela Espanha, como Trinidad e Haiti, na América Central, e ilha de Fernando Pó (atualmente Bioko), na Guiné Equatorial, na África Ocidental. Aliás, hoje, mais da metade da produção mundial de cacau vem de países africanos.

Na Europa, o chocolate se espalhou entre a família real e os nobres da corte espanhola. Para atenuar o seu sabor, eles diminuíram a quantidade de tempero que os astecas usavam e passaram a adicionar mel. Já o rei Carlos V tinha o hábito de tomar o chocolate com açúcar.

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Para garantir a exclusividade da receita, os espanhóis confiaram o segredo apenas aos monges. Assim, as cozinhas dos mosteiros viraram locais de experiência para o aperfeiçoamento do chocolate e a criação de novas receitas. Por quase um século, a Espanha foi a única a produzir o chocolate, que se tornou artigo de luxo. Enquanto os nobres o degustavam nos salões, os religiosos foram autorizados a consumi-lo sem que isso representasse quebra de jejum.

Em meados dos século XVII, entretanto, começaram a vazar as primeiras informações sobre o chocolate. Os monges permitiam que visitantes de outros países provassem a bebida, e marinheiros capturavam barcos espanhóis carregados com sementes de cacau. Rapidamente, espalharam-se plantações de cacau pela Europa.

Mas foi somente no século XIX que o chocolate se popularizou. Em 1825, o inventor Coenrad Van Houten criou uma prensa que permitia separar o licor da manteiga de cacau. Com o licor, criou-se um chocolate em pó de melhor qualidade e com a manteiga – adivinhe! – fizeram o primeiro chocolate em barra.

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Em 1875 na Suiça, o chocolatier Daniel Peter inventou a barra de chocolate ao leite, adicionando leite condensado Henri Nestlè a sua mistura de chocolate

1894 O americano Milton Hershey, fabricante de caramelos, produziu suas primeiras barras de chocolate utilizando máquinas.

Atualmente, máquinas processam chocolate em grande velocidade mas a agricultura do cacau continua a ser uma industria de trabalho intensivo e com muitos dilemas. Plantações de cacau prosperam em florestas tropicais, principalmente na África Ocidental, e fazendeiro buscam seu espacço em um comercio justo e equilibrado. A Costa do Marfim é o maior exportador de cacau no mundo, com uma produção anual de 1,6 milhões de toneladas, que em sua grande maioria se transformam no saboroso e famoso chocolate.

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Espero que tenham gostado dessa matéria,

Até o próximo post

Juju